Eu posso dizer com certeza que cresci no Mercado Central. Não sei calcular quando foi a primeira vez que coloquei os pés ali, mas lembro que quando meu pai saía de casa para o mercado, lá ia eu atrás dele querendo ver aquele mar de cores, sabores, cheiros, texturas, de gente, de coisas.
Eu sempre gostei de viver o Mercado Central!
A fundação do Mercado
O Mercado Central foi inaugurado em 07/09/1929 pelo prefeito Cristiano Machado. Ele teve a ideia de construir um local no centro de Belo Horizonte para unir os fornecedores e abastecer a população de 47 mil habitantes, na época.
Muitos entraves procederam até à construção e inauguração do “Mercado Municipal” de Beagá, mas com o crescimento da cidade em torno do centro ele hoje se chama “Mercado Central”.
Hoje, 90 anos depois, o Mercado Central tem mais de 400 lojas de comidas, especiarias, produtos típicos, queijos, bares tradicionais e premiados, artesanato, produtos naturais, místicos e muitas outras variedades.
Existe ainda aluguel de espaço para eventos, cursos, concursos e muitas outras coisas acontecendo em simultâneo, dentro da “cidade” Mercado Central.
Esse crescimento todo da cidade fez o espaço ganhar notoriedade e responsabilidade de causar a verdadeira impressão mineira nos visitantes. É possível andar pelos corredores e comprar, provar, ver de tudo: carnes, pimentas, queijos, “tira gostos”, cervejas, cachaças, doces… tudo bem mineiro e bem informal.
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Adaptar para resistir ao tempo
A estrutura se mantém praticamente a mesma de 90 anos atrás, porém pequenas alterações foram feitas para abraçar, literalmente, todo mundo: rampas de acesso e elevador dão acesso às pessoas que usam cadeira de rodas, pontos de informação ao visitante têm atendimento bilíngue para atender em outros idiomas e folhetos explicativos sobre o local estão disponíveis nos guichês.
O mais legal do Mercado é que ele atende e recebe todo tipo de gente e sempre cabe mais gente. Nos finais de semana é sempre mais movimentado, porque os bares atraem as pessoas para comer o famoso fígado acebolado com jiló e tomar uma cerveja bem gelada. E, claro, em pé nos balcões, bem da forma tradicional.
Para fazer compras, você encontra objetos de decoração de regiões típicas de Minas, como o “Vale do Jequitinhonha”, comidas como rapadura, doce de leite, compotas de frutas, várias categorias de queijos e carnes, pimentas de sabores (e ardências) variados, roupas, brinquedos, utensílios domésticos e uma infinidade de pedacinhos de Minas Gerais para levar para casa.
O Mercado é um ponto maravilhoso para realmente conhecer: é rico em História, tem cheiro, sabor, textura e cores em profusão.
É bom visitar, conversar com as pessoas mais velhas que estão ali há anos e são memória viva da cidade, experimentar frutas, queijos, doces e sempre levar um presente para alguém querido.